Vem aumentando diariamente a pressão
cotidiana que já sofrem as famílias que residem há 5 anos em área do município
ao lado do estádio Beira-Rio. As fotos tiradas nesta manhã (24/04),caracterizam
o que voltou a ser o cotidiano das famílias após o reinicio das obras no Sport
Club Internacional: máquinas trabalhando muito próximas das casas, hoje
inclusive uma máquina levantava ferros por cima dos telhados de onde residem
dezenas de crianças. As famílias da Ocupação 20 de Novembro encontram-se
apreensivas com os riscos da proximidade das obras e com a incerteza sobre seu
futuro, pois a prefeitura definiu o prazo até final de Abril para saída das
famílias do local.
Desde 2008, o Movimento Nacional de
Luta pela Moradia vem construindo uma alternativa de reassentamento para as
famílias, a reforma de um prédio na União no centro. O repasse do prédio para este fim já está
garantido junto ao governo federal, no entanto a reforma depende da prefeitura
de Porto Alegre. Infelizmente a reforma ainda não foi iniciada e os prazos das
obras da Copa forçarão as famílias a deixar o local antes da conclusão. Sendo
assim, as famílias terão que ir para mais uma situação provisória, o aluguel
social.
Apesar de o próprio prefeito
Fortunati ter se comprometido com o assentamento definitivo das famílias neste
prédio, os “agentes comunitários” do Departamento Municipal de Habitação tem
pressionado as famílias a deixar o local imediatamente sem nenhuma garantia do
reassentamento no local indicado.
As famílias decidiram que já que a
única alternativa neste momento é o aluguel social, gostariam de alugar um
prédio para manter-se juntas e seguir seu processo de organização. No entanto,
o aluguel que a prefeitura disponibiliza é no valor de apenas R$ 400,00, os
contratos são assinados em nome das famílias e o “calção” (valor que o
locatário pede como garantia) é de responsabilidade da família. Sendo assim,
fica inviável a locação de um prédio na região centro, região onde as famílias
trabalham, as crianças estudam, acessam posto de saúde, etc...
As famílias
se negam a sair do local sem que seja garantida as condições da locação do
prédio, em nome da prefeitura e até o término da reforma do prédio para o
assentamento definitivo. Sendo assim, há quase um mês as famílias tentam sem
sucesso agendar uma conversa com a prefeitura e a secretaria de governança que
tem acompanhado o processo desde 2006.