Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada...
No dia 23 de Março, as famílias do MNLM foram despejadas do prédio situado na Rua Caldas Junior com a Mauá em uma mega operação de despejo também apoiada pela prefeitura que mobilizou a EPTC para parar o trânsito. No mesmo dia, após serem expulsas do prédio as famílias se dirigiram a Prefeitura onde reuniram com representantes do governo que as encaminharam a um local provisório, uma casa abrigo que a prefeitura fechou e abandonou. A casa abandonada situada na Av. Padre Cacique, 1345 não possui telhado, portas, janelas, vasos sanitários, pias e as paredes estão quebradas. As famílias foram deslocadas para lá com o compromisso da prefeitura de encaminhar pessoas para os consertos no dia seguinte ao despejo (24/03). Outro compromisso assumido pela prefeitura foi de proporcionar transporte para as crianças irem para a escola o que também não foi cumprido, o que levou as crianças a faltarem a aula por diversas vezes.
No prédio haviam sido organizados grupos de geração de renda: padaria, serigrafia e artesanato. Na atual situação as pessoas sequer podem trabalhar e ficam dependendo da “boa vontade do governo”.
Isso mostra mais uma vez a falta de respeito que a prefeitura tem pelo nosso povo, que além de serem tratados como criminosos, mais perigosos que o próprio crime organizado, ainda são abandonados em condições sub-humanas e tratadas como bobos, enrolados e jogados de uma secretaria para outra.
Nesta semana a chuva destruiu o pouco que ainda restava estragou comida, colchões e cobertores e com a àgua foi também o que sobrava de dignidade e paciência das famílias. Após ameaça de vincular estas informações na mídia e parar a Av. Padre Cacique, a prefeitura finalmente se mecheu e rapidamente levaram 60 telhas, 13 “cobertores” e 6 cestas básicas. O que obviamente não resolve nosso problema, as telhas não cobrem metade da casa, as paredes estão quebradas e não há estrutura de sustenção. As famílias hoje enfrentam chuva, frio, vento e ainda a “cara- de- pau” dos secretários, representantes do governo, que dizem que o problema está resolvido.
As famílias querem sua dignidade de volta, necessitam de um mínimo de estrutura para voltar a trabalhar e construir sua sustentabilidade, para assim não depender mais de uma prefeitura que não cumpre sua obrigação com o povo.
sexta-feira, 18 de maio de 2007
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