sexta-feira, 18 de maio de 2007

Atual situação das famílias da Ocupação 20 de Novembro

Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada...

No dia 23 de Março, as famílias do MNLM foram despejadas do prédio situado na Rua Caldas Junior com a Mauá em uma mega operação de despejo também apoiada pela prefeitura que mobilizou a EPTC para parar o trânsito. No mesmo dia, após serem expulsas do prédio as famílias se dirigiram a Prefeitura onde reuniram com representantes do governo que as encaminharam a um local provisório, uma casa abrigo que a prefeitura fechou e abandonou. A casa abandonada situada na Av. Padre Cacique, 1345 não possui telhado, portas, janelas, vasos sanitários, pias e as paredes estão quebradas. As famílias foram deslocadas para lá com o compromisso da prefeitura de encaminhar pessoas para os consertos no dia seguinte ao despejo (24/03). Outro compromisso assumido pela prefeitura foi de proporcionar transporte para as crianças irem para a escola o que também não foi cumprido, o que levou as crianças a faltarem a aula por diversas vezes.
No prédio haviam sido organizados grupos de geração de renda: padaria, serigrafia e artesanato. Na atual situação as pessoas sequer podem trabalhar e ficam dependendo da “boa vontade do governo”.
Isso mostra mais uma vez a falta de respeito que a prefeitura tem pelo nosso povo, que além de serem tratados como criminosos, mais perigosos que o próprio crime organizado, ainda são abandonados em condições sub-humanas e tratadas como bobos, enrolados e jogados de uma secretaria para outra.
Nesta semana a chuva destruiu o pouco que ainda restava estragou comida, colchões e cobertores e com a àgua foi também o que sobrava de dignidade e paciência das famílias. Após ameaça de vincular estas informações na mídia e parar a Av. Padre Cacique, a prefeitura finalmente se mecheu e rapidamente levaram 60 telhas, 13 “cobertores” e 6 cestas básicas. O que obviamente não resolve nosso problema, as telhas não cobrem metade da casa, as paredes estão quebradas e não há estrutura de sustenção. As famílias hoje enfrentam chuva, frio, vento e ainda a “cara- de- pau” dos secretários, representantes do governo, que dizem que o problema está resolvido.
As famílias querem sua dignidade de volta, necessitam de um mínimo de estrutura para voltar a trabalhar e construir sua sustentabilidade, para assim não depender mais de uma prefeitura que não cumpre sua obrigação com o povo.

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